Genial/Quaest: um terço dos bolsonaristas prefere Michelle como opção a Bolsonaro; Eduardo soma 22%, e Tarcísio, 20%

Genial/Quaest: um terço dos bolsonaristas prefere Michelle como opção a Bolsonaro; Eduardo soma 22%, e Tarcísio, 20%
Foto: reprodução

Por redação com O Globo


Um terço dos eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que se autodenominam bolsonaristas afirmam que, caso o antigo chefe do Executivo permaneça inelegível, o nome apoiado por ele deve ser a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL). É o que mostra pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quinta-feira. Em seguida, empatados na margem de erro de dois pontos percentuais, aparecem o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), com a preferência de 22% do grupo, e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), com 20%.


Com pontuação distante, está o empresário Pablo Marçal (PRTB), com 10%, além de quatro governadores de direita. Romeu Zema (Novo-MG) e Ratinho Júnior (PSD-PR) aparecem com 3% cada. Já Ronaldo Caiado (União-GO) e Eduardo Leite (PSD-RS) têm 1%. Outros 2% responderam que Bolsonaro não deve apoiar nenhum dos nomes citados na pesquisa, e 5% não sabem ou não responderam.


A pesquisa ouviu 2.004 brasileiros entre os dias 10 e 14 de julho. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, e o nível de confiança é 95%.


Escalada de disputa


O “tarifaço” anunciado pelo presidente americano Donald Trump levou a uma escalada da disputa entre Eduardo e Tarcísio. Os dois são apontados como prováveis candidatos à Presidência diante da inelegibilidade de Jair Bolsonaro. Na segunda-feira, após uma série de críticas veladas, Eduardo expôs seu incômodo com Tarcísio e classificou como “falta de inteligência e de respeito” a tentativa de negociar acordos com o governo americano e com o Supremo Tribunal Federal. O governador, por outro lado, manteve a abordagem conciliatória e chamou o encarregado de negócios da embaixada dos EUA, Gabriel Escobar, para uma segunda reunião em cinco dias.


Na quarta-feira, Eduardo recuou das críticas. Segundo uma postagem do filho do ex-presidente, uma “longa conversa” com o dirigente estadual o levou a concluir que “ambos atuam com as melhores intenções para os brasileiros”.


“Visões de mundo diferentes são normais e saudáveis, assim como esta comunicação direta. Vamos adiante debater o que interessa”, escreveu Eduardo, pontuando que a conversa foi intermediada pelo jornalista Paulo Figueiredo, que está com o deputado nos Estados Unidos, onde atuam por sanções de Trump principalmente voltadas ao ministro Alexandre de Moraes (STF).


O governador de São Paulo é cogitado ao posto tanto por representantes da direita quanto do centro, mas o ex-ministro diz que só seria candidato ao Planalto com o aval do ex-chefe. Apesar da pressão de aliados, o ex-presidente Bolsonaro sinalizou em diversas oportunidades que ainda não dará a bênção ao apadrinhado.


Um dos planos do ex-presidente é manter uma candidatura no ano que vem e passar o bastão para seu filho, possível candidato à vice-presidência, caso não consiga reverter a inelegibilidade.


Também são aventados outros planos, como lançar Michelle Bolsonaro ao cargo, ou oferecer apoio a um candidato de direita com a prerrogativa de que ele se comprometa a conceder um indulto presidencial a Bolsonaro, atualmente julgado no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, organização criminosa armada, dano qualificado pela violência e grave ameaça, e deterioração de patrimônio tombado.