Exclusivo: ministro destaca liderança de Raquel Lyra e diz que PSD fará "a maior bancada da Assembleia Legislativa"
09/08/2025 18:16:58
Por Francês News
O ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula, concedeu entrevista exclusiva para a Rede Francês onde traçou um panorama ambicioso sobre o crescimento do PSD em Pernambuco. Uma das lideranças do partido no estado, ele está na legenda desde sua fundação há 12 anos e não hesita em apontar a governadora Raquel Lyra como o divisor de águas na história recente do Partido Social Democrático.
"Tivemos dois momentos distintos: desde a fundação, quando percorremos o estado coletando assinaturas, até a chegada de Raquel ao comando do partido", explicou o ministro, lembrando com orgulho da filiação histórica da governadora no Recife, quando ele próprio passou a presidência estadual para Raquel Lyra.
Os números apresentados por André de Paula impressionam: de 20 prefeitos eleitos anteriormente, o PSD saltou para 70 administrações municipais após a entrada da governadora, incluindo nomes como o prefeito de Caruaru, Rodrigo Pinheiro.
O otimismo do ministro se estende às projeções eleitorais. "Vamos formar a maior bancada na Assembleia Legislativa, com cerca de 10 deputados estaduais", previu, além de dizer que o partido deve fazer de 4 a 6 deputados federais.
André de Paulo destacou que o fenômeno não se limita a Pernambuco. Ele citou as recentes filiações de peso no cenário nacional, como os governadores Eduardo Leite (RS) e Paulo Hartung (ES), além de parlamentares experientes que têm migrado para o PSD.
As pesquisas e a estratégia de Raquel Lyra
Questionado sobre as pesquisas eleitorais que mostram cenário desfavorável para Raquel Lyra em 2026, André de Paula foi enfático na defesa da governadora. "Se ela fosse apenas boa na política e não entregasse obras, estaria em situação complicada", argumentou. O ministro destacou o que chama de "dilema positivo" da gestão Lyra: a dificuldade em conciliar a agenda política com o volume de entregas à população.
Com experiência em campanhas eleitorais, André de Paula fez uma análise histórica: "Paulo Câmara, neste mesmo período de governo, era dado como derrotado, mas se reelegeu no primeiro turno". Ele lembrou ainda o caso paradigmático da Bahia, onde Jerônimo Rodrigues superou pesquisas que davam vantagem esmagadora a Antônio Carlos Magalhaes meses antes da eleição.
O ministro também revelou um episódio significativo: durante almoço no Palácio da Alvorada, o presidente Lula teria alertado aliados para não subestimarem Raquel Lyra. "Ela não tá no palanque. Mas quando ela tiver, você vai sentir o que é que nós vamos ter pela frente.", projetou André de Paula, que não esconde suas ambições nacionais: "Quero ver Raquel Lyra presidente da República".
O Congresso em crise: "política hoje é feita com o fígado"
Ao abordar a tensão institucional em Brasília, o tom do ministro mudou radicalmente. Com visível desapontamento, ele comparou o Congresso atual com o Senado de décadas passadas, citando figuras como Tancredo Neves e Marco Maciel. "Hoje vemos parlamentares de chinelo, acorrentados em cadeiras, com esparadrapo na boca", lamentou.
André de Paula criticou o que chamou de "radicalização", onde o debate político perdeu espaço para confrontos pessoais, onde tudo virou um confronto parecido com os clássicos do futebol. "Eu sou Santa Cruz você é Sport, seu time pode ser o melhor, pode ter o melhor centroavante do mundo e eu vou achar que ele é um pé duro e o meu é que é bom. Isso não é fruto de uma coisa refletida. Eu lamento esse momento que nós estamos vivendo".
O ministro atribuiu parte da crise ao ciclo geracional da política brasileira, lembrando que figuras polarizadoras como Lula e Bolsonaro eventualmente deixarão o cenário nacional.
Mesmo com o quadro desanimador, o líder do PSD mantém esperança: "Nós tivemos aqui no Brasil por exemplo um presidente que tinha um perfil histriônico que foi Jânio Quadros, ele renunciou, 21 anos depois tivemos Fernando Collor, 21 anos depois nós tivemos Bolsonaro. Isso é cíclico, isso vai passar".
"Quer nas urnas, quer por uma questão geracional, essa folha vai mudar e eu torço pra que a gente possa voltar viver momentos de maior civilidade, momentos em que a gente possa detectar dentro do Congresso nacional uma maior capacidade de contribuir pra mudar a realidade do Brasil", finalizou o ministro.
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