Mendonça e Dino discutem sobre aumento de pena por ofensas a ministros

Mendonça e Dino discutem sobre aumento de pena por ofensas a ministros
Foto: reprodução

Por redação com O Antagonista


Os ministros André Mendonça e Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), protagonizaram uma discussão em sessão nesta quarta-feira, 7, durante o julgamento de uma ação que trata do aumento de pena para crimes cometidos contra a honra de funcionários públicos.


A Corte analisa os crimes de calúnia, injúria e difamação.


Dino abriu divergência e votou pela constitucionalidade do agravamento da punição.


Mendonça, contudo, acompanhou o voto do relator, ministro Luís Roberto Barroso, para que apenas o crime de calúnia tenha aumento de pena.


“Chamar um servidor de louco ou incompetente pode ser injusto, mas não justifica uma pena maior só por ele ser servidor”, disse.


E acrescentou:


“Ainda sim o ‘ladrão’ é uma opinião sobre a pessoa, não é um fato específico’, afirmou.


Dino, então, contestou.


“Ministro André [Mendonça], ainda assim é uma ofensa grave. Eu não admito que ninguém me chame de ladrão. Porque essa tese da moral flexível, que inventaram, é uma tese que degrada o serviço público e desmoraliza o estado. Eu quero só informar a Vossa Excelência que, por favor, consignemos todos que eu não admito.


Na minha ótica é uma ofensa gravíssima. Não é crítica”, disse.


Em seguida, Mendonça rebateu com a apresentação de uma situação hipotética de ofensa a qualquer político: “Se um cidadão não puder chamar um político de ladrão…”


Dino puxou o microfone para si e perguntou:


“Ministro do Supremo [Tribunal Federal] pode?”


Mendonça respondeu:


“Eu não sou distinto dos demais.”


Dino, então, ironizou:


“Ah tá… Se um advogado subisse nessa tribuna e dissesse que vossa excelência é ladrão, ficaria curioso sobre a reação de Vossa Excelência.”


Mendonça encerrou o debate afirmando que, em eventual situação, o advogado responderia “por desacato, por crime, na mesma pena que qualquer cidadão teria o direito de ser ressarcido na sua honra.”