Briga entre influenciadoras adolescentes mobiliza debate sobre rivalidade feminina, cultura do espetáculo e saúde mental
20/05/2025 20:31:01
Por redação com G1
No último fim de semana, uma viagem de um grupo de influenciadoras adolescentes a Gramado (RS) deu origem a um intenso conflito online entre Duda Guerra, nora da apresentadora Angélica, e Antonela Braga, após esta última solicitar acesso ao perfil privado do namorado de Duda, Benício Huck. A partir do episódio, que incluiu desabafos, “prints” circulando e a intervenção – ainda que indireta – de Angélica, fãs e internautas passaram a repercutir cada gesto das envolvidas, ampliando a treta e impulsionando reflexões sobre rivalidade feminina, cultura do espetáculo e impactos na saúde mental.
Contexto e desdobramentos da polêmica
A viagem tinha como objetivo gerar conteúdo conjunto, mas logo se transformou em palco de tensão quando Antonela enviou pedido para ver o perfil privado de Benício. Duda, sentindo-se traída, confrontou a colega, e antigos episódios de suposta investida de Antonela contra outros namorados de amigas vieram à tona. Nos dias seguintes, as influenciadoras deixaram de se seguir, publicaram indiretas nos stories e viram seus seguidores dispararem – especialmente Antonela, que ganhou mais de 1 milhão de novos seguidores.
A repercussão ultrapassou o grupo de adolescentes. A apresentadora Angélica chegou a curtir, inadvertidamente, um comentário crítico sobre Duda, antes de explicar que sua equipe cometeu um “pequeno descuido” na moderação. A mãe de outra envolvida, Liz Macedo, também foi apontada como fria no adeus à Antonela, contribuindo para a escalada de tensões.
Reflexão 1: sociedade patriarcal e rivalidade feminina “lucrativa”
Especialistas apontam que o episódio reproduz a rivalidade feminina historicamente construída pelo patriarcado. Para se destacar em um ambiente competitivo, as jovens acabam “performando” brigas, alimentando narrativas que atraem audiência e patrocinadores. Nesse mecanismo, os homens permanecem pouco expostos ao julgamento público, mantendo posição de “objetos de disputa” enquanto as mulheres arcam com ofensas e rótulos pejorativos.
Educar adolescentes sobre esse viés estrutural, sugerem as estudiosas, é essencial para prevenir comportamentos tóxicos futuros. Em sala de aula, todos os jovens — não apenas as meninas — devem debater como estereótipos de gênero influenciam as relações e a responsabilidade mútua na construção de respeito e empatia.
Reflexão 2: cultura do espetáculo
A própria configuração da viagem de influenciadoras remete a um reality show, em que qualquer conflito gera elevado engajamento. A sociedade da exposição — em que “ser visto” equivale a “existir” — transforma desentendimentos pessoais em produto de consumo para audiências ávidas por dramas online. Nesse cenário, a perda de controle da narrativa é inevitável, pois cada reação impulsiva é registrada, compartilhada e comentada por milhões, ampliando a tensão e potencializando o “linchamento digital”.
Reflexão 3: superexposição e saúde mental
Ao contrário de apelidos ou fofocas que ficavam restritos à escola, conflitos nas redes são permanentes. A busca por validação instantânea pode desencadear ansiedade, depressão e até ideação suicida em adolescentes, que ainda constroem sua identidade. Pais e professores são convocados a usar esse “caso real” como ponto de partida para dialogar sem julgamentos precipitados, buscando compreender o universo dos jovens e promover um ambiente de apoio, ao invés de impor sermões.
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