Estudantes protestam contra plano de Trump de cancelar contratos com Harvard
30/05/2025 17:56:33
Por redação com InfoMoney
Estudantes de Harvard protestaram nessa terça-feira, após o governo dos Estados Unidos anunciar que cancelaria todos os contratos restantes com a universidade, na mais recente tentativa do presidente Donald Trump de impor uma supervisão sem precedentes à prestigiosa instituição.
A universidade provocou a ira do republicano ao se recusar a ceder o controle sobre seus currículos, admissões e pesquisas.
Centenas de estudantes se reuniram para se opor à crescente ofensiva de Trump, incluindo as medidas anunciadas na terça-feira, avaliadas em cerca de US$ 100 milhões.
Com cartazes contendo frases como “Trump = traidor”, uma multidão gritava “aos que estão nas aulas hoje, deixem que fiquem”, um lema em alusão aos estudantes estrangeiros cujo status foi colocado em risco quando Trump revogou a autorização de Harvard para receber estudantes e visitantes de intercâmbio.
Uma juiza emitiu uma ordem suspendendo a decisão até uma audiência marcada para quinta-feira. As cerimônias de formatura de milhares de estudantes já começaram esta semana no campus de Cambridge, Massachusetts, onde também estão presentes suas famílias.
‘Eles não sabem o que esperar’
“Eu me formo esta semana e não é apenas minha última semana como estudante de Harvard, é também uma semana muito importante, pois todos os meus amigos estrangeiros, colegas, professores e pesquisadores estão em risco e sob ameaça de deportação ou de serem transferidos para outra universidade “, disse Alice Goyer, vestida com beca preta durante o protesto.
“Como estudante americana, é minha responsabilidade defendê-los”, acrescentou.
Um estudante britânico de História da Medicina, que se identificou apenas como Jack, disse que as políticas implementadas por Trump podem tornar as universidades americanas menos atraentes para estudantes estrangeiros.
“A tempestade pode passar, mas o dano já estará feito”, disse o estudante, cujos pais vieram do Reino Unido para sua formatura, sugerindo que as medidas podem ser revertidas na Justiça.
“Os (estudantes estrangeiros) que estão aqui não sabem o que esperar, e os que estão fora não sabem se poderão voltar… Não sei se faria um doutorado aqui, seis anos é muito tempo”, acrescentou.
A própria universidade entrou com ações judiciais contra as medidas do presidente americano, que, segundo especialistas legais, podem ser anuladas nos tribunais.
‘Radicalizados, baderneiros’
O fim dos contratos, que segundo a imprensa americana somariam US$ 100 milhões, marcaria a ruptura dos laços comerciais entre o governo e uma instituição que é, ao mesmo tempo, a universidade mais antiga do país e uma potência mundial em pesquisa.
A administração Trump acusa Harvard de permitir o antissemitismo e de promover valores liberais. Nas últimas semanas, essa instituição de elite viu bilhões de dólares em subsídios serem congelados. A universidade reagiu. Argumenta que as decisões de Trump são inconstitucionais e paralisariam sua capacidade de funcionamento.
Harvard entrou com uma ação judicial para impedir a revogação de seu direito de contratar e patrocinar estudantes estrangeiros — que representam 27% do total de matriculados — assim como para anular o corte de financiamento federal.
Na segunda-feira, Trump prometeu continuar sua ofensiva. Em uma mensagem nas redes sociais, afirmou que entre os estudantes estrangeiros de Harvard havia “lunáticos radicalizados, baderneiros”.
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