Ator pornô revela burnout ao gravar filmes adultos: "Me dava ansiedade"

Ator pornô revela burnout ao gravar filmes adultos: "Me dava ansiedade"
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Redação com Revista QG


Em uma sala com luzes piscantes, decorada com um pole dance e uma cama redonda, Arthur Velvet, 31, começou uma vida nova. O ano era 2019. Desde a adolescência, entendia-se bissexual. Também sentia-se atraído ao ser assistido enquanto transava com quem quisesse apreciá-lo em suas aventuras e desejos. Em casas de swing em Moema, zona sul de São Paulo, uma atriz o convidou para estrear como ator em um filme pornô.


O convite marcava a fase da euforia e também do desencanto. Na época, ele tinha 23 anos e uma agenda dupla. Na semana, trabalhava com marketing e comércio exterior. Era formado em filosofia e sociologia nos Estados Unidos, mas não gostava do desfecho profissional conquistado devido ao esforço na vida acadêmica.

À frente do computador, preenchia planilhas, fazia vendas, era convidado a “reuniões que poderiam ser um e-mail”. A pressão aumentava e piorava. Foi quando sentiu os primeiros tremores de um burnout, uma exaustão psicológica e física associado ao trabalho.


“Trabalhar das nove às seis? Com duas horas no trânsito? Isso ia ser minha vida?”, diz à GQ Brasil. “Eu sou muito gostoso para passar por isso”.


A primeira produção foi de graça, sem cachê. E ele nem queria receber pelo trabalho. “Eu fui por exibicionismo”, diz. Arthur usou o próprio nome, não escondeu o rosto e em troca conquistou milhões de visualizações em sites adultos. Um sucesso, mas um sucesso silencioso.


Quando retomava para a rotina no trabalho, sentia os sorrisos de canto de boca dos colegas que o assistiam na surdina. Enquanto isso, ele desejava mudar de emprego.