Flávio condiciona apoio de Bolsonaro a indulto

Flávio condiciona apoio de Bolsonaro a indulto
Foto: reprodução

Por redação com Folha de São Paulo


P senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que qualquer candidato que quiser contar com o apoio de Jair Bolsonaro em 2026 terá de se comprometer com um indulto ou anistia a seu pai — e, se necessário, enfrentar o Supremo Tribunal Federal para garantir que a medida seja cumprida. 


Em entrevista à Folha, o senador defendeu uma anistia geral, que incluiria até o ministro Alexandre de Moraes, e criticou o que chama de interferência do Judiciário sobre os demais Poderes.


“Estou fazendo uma análise de cenário. Bolsonaro apoia alguém, esse candidato se elege, dá um indulto ou faz a composição com o Congresso para aprovar a anistia, em três meses isso está concretizado, aí vem o Supremo e fala: é inconstitucional, volta todo mundo para a cadeia. Isso não dá”, disse Flávio. 


Segundo ele, o único “caminho honroso” para o país é uma anistia ampla.


Flávio afirmou ainda que o ex-presidente tem receio de ser assassinado na prisão e voltou a defender que ele seja absolvido. 


“Ele acha que vão fazer alguma coisa com ele na prisão. Um envenenamento, algum atentado. Ele já foi vítima de uma tentativa de assassinato”, disse o senador. 


Sobre a hipótese de indulto ou anistia serem barrados pelo Supremo, Flávio sugeriu um cenário de crise institucional: 


“É uma hipótese muito ruim, porque a gente está falando de possibilidade e de uso da força. A gente está falando da possibilidade de interferência direta entre os Poderes. Tudo que ninguém quer. E eu não estou falando aqui, pelo amor de Deus, no tom de ameaça, estou fazendo uma análise de cenário.”


Bolsonaro insiste em dizer que tentará concorrer, apesar da inelegibilidade decretada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. As punições referem-se a declarações sobre a segurança das urnas eletrônicas e ao uso político do desfile de 7 de Setembro de 2022.


O ex-presidente também é réu na investigação sobre o golpe para impedir a posse de Lula (PT) em 2022. Se condenado, poderá ficar fora das eleições por tempo ainda maior.