'Meu laptop é uma bomba': ameaça em voo nos EUA força pouso de emergência

'Meu laptop é uma bomba': ameaça em voo nos EUA força pouso de emergência
Foto: reprodução

Por redação com O Globo


Uma ameaça de bomba a bordo de um avião aciona imediatamente uma série de protocolos de segurança rigorosos que envolvem autoridades aéreas, forças policiais e até caças de interceptação. No dia 6 de julho, um voo da Allegiant Air que partia de St. Petersburg, na Flórida, com destino a Roanoke, na Virgínia, por exemplo, precisou retornar ao aeroporto de origem menos de 15 minutos após a decolagem. O motivo: um passageiro afirmou que seu laptop escondia uma bomba.


No universo da aviação comercial, esse tipo de incidente não está relacionado apenas ao funcionamento seguro da aeronave (safety), mas sim à proteção contra atos mal-intencionados (security). A bordo do Airbus A320 estavam 183 pessoas. A aeronave, identificada como o voo G41023, havia decolado às 13h48 do aeroporto St. Pete–Clearwater (PIE) e subia rumo aos 13 mil pés de altitude quando um homem de 27 anos, residente em Largo, na Flórida, fez a declaração alarmante a outro passageiro.


Enquanto safety se refere à integridade operacional dos voos — como manutenção de aeronaves, falhas mecânicas ou erro humano —, security trata da prevenção contra ações deliberadas, como terrorismo, sequestros e, especialmente, ameaças de bomba. Nesse cenário, o passageiro que ouviu a ameaça alertou os comissários de bordo. A tripulação, treinada para situações de security, declarou emergência e iniciou um retorno direto a St. Petersburg.


O avião pousou com segurança às 14h08, sendo recebido por unidades da polícia do condado de Pinellas e equipes de emergência. Todos os passageiros foram evacuados. A unidade K9 da polícia vasculhou o avião e as bagagens do suspeito — mas nenhum explosivo foi encontrado.


Falsa ameaça, consequências reais


Embora a ameaça não tenha se confirmado, os efeitos foram imediatos e graves. As operações no aeroporto foram suspensas temporariamente, o voo atrasou por mais de quatro horas e a tripulação original precisou ser substituída por exceder o tempo máximo de jornada previsto pela FAA (agência reguladora da aviação nos EUA).


O suspeito foi detido no local. Segundo documentos da investigação, ele alegou que a ameaça teria surgido após um desentendimento com outro passageiro. Ele mencionou ainda ter recebido alta recente de uma instituição psiquiátrica e alegou estar confuso devido à medicação. Um juiz federal em Tampa negou fiança no dia seguinte, considerando-o um risco para a segurança pública. O homem agora responde por ameaça falsa de bomba, uma acusação criminal federal que pode levar a até cinco anos de prisão e multa de US$ 25 mil.


Casos como esse vêm se tornando cada vez mais frequentes. Segundo dados da FAA, só em 2021 foram abertas mais de mil investigações por mau comportamento de passageiros — uma alta vertiginosa diante da média histórica de menos de 150 por ano.