Por redação com O Globo

Desta vez, o Labubu não apareceu pendurado na bolsa de celebridade, nem foi motivo de fila em lojas. O boneco de orelhas de coelho e sorriso travesso, que virou febre, foi parar em um lugar inusitado: o túmulo de Karl Marx, no Cemitério de Highgate, em Londres.

A cena foi registrada por um visitante, publicada nas redes sociais e rapidamente viralizou, gerando reações que vão do riso à reflexão filosófica. Afinal, o que faz um ícone da cultura pop, repousar justamente sobre a lápide do pensador que dedicou a vida a criticar o capitalismo?

O contraste simbólico não passou despercebido. O portal The India Times destacou a ironia da imagem, que acabou reacendendo discussões sobre como arte, consumo e memória histórica se entrelaçam no mundo contemporâneo.

Criado em 2015 pelo artista de Hong Kong Kasing Lung, o Labubu ganhou projeção mundial após entrar no catálogo da Pop Mart, gigante chinesa dos brinquedos colecionáveis, em 2019. Desde então, o boneco se tornou objeto de desejo entre adultos, celebridades e fashionistas, e movimenta um mercado global de colecionismo, com preços que podem ultrapassar milhares de reais por modelos raros.

Mas o episódio em Highgate também trouxe à tona uma tendência crescente: o necroturismo. Conhecido por reunir tumbas de figuras como Karl Marx, George Michael e Douglas Adams, o cemitério londrino, segundo a imprensa local, há muito deixou de ser apenas um espaço de luto. Hoje, atrai turistas em busca de experiências culturais, contato com a história e até mesmo momentos de contemplação em meio à natureza.

Lápides ornamentadas, árvores centenárias e esculturas fúnebres se tornaram parte do roteiro de muitos viajantes que veem nesses espaços um jeito diferente de se conectar com o passado.