Michel Temer critica radicalização política e alerta para crise no multilateralismo

Michel Temer critica radicalização política e alerta para crise no multilateralismo
Foto: reprodução

Por redação


Michel Temer fez um diagnóstico político e institucional do Brasil durante sua participação na abertura da Money Week, evento promovido pela EQI Investimentos nesta sexta-feira (1º), em painel voltado a empresários e investidores.


O ex-presidente criticou a radicalização do debate público e o distanciamento das práticas multilaterais nas relações internacionais.


“Hoje tem distanciamento do multilateralismo, muitas vezes com palavras agressivas entre instituições e dirigentes de países. Isso não é bom. A relação deve ser institucional”, disse.


Em tom crítico, Temer também condenou a forma como o governo federal tratou a recente proposta de alteração no IOF.


“O IOF é um imposto regulatório. O governo mandou o projeto sem conversar com ninguém. Isso causou confusão”, disse, destacando a importância do diálogo para o equilíbrio fiscal.


Ao comentar sua gestão, Temer defendeu medidas impopulares que adotou, como o teto de gastos, e disse que a política econômica exige decisões difíceis.


“Economia não se resolve com passe de mágica. Você precisa de medidas duras.”


Sobre a atuação do STF, Temer disse que o Supremo age dentro dos limites definidos pela Constituição de 1988, que ampliou as atribuições do Judiciário ao elevar temas trabalhistas, ambientais e sociais ao patamar constitucional. Ele ressaltou que o tribunal só age quando provocado — e que a classe política é a principal responsável por essas provocações.


“O STF tem o direito de errar por último. É da natureza institucional.”


Ao final do painel, Temer se disse otimista com o futuro do país, apesar das dificuldades atuais: “O Brasil já superou muitas crises. Esta também será superada”.