"Psicopata": Ex-mulher revela bastidores de quadrilha liderada por alagoano em MG
22/09/2025 14:50:35
Por Redação com Fantástico
Um esquema de mineração ilegal e corrupção em Minas Gerais, que teria movimentado mais de R$ 4 bilhões em cinco anos, foi exposto pela Polícia Federal e revelado em reportagem do Fantástico neste domingo (21). A investigação aponta a participação de empresários, servidores e políticos na exploração irregular de minérios de ferro na Serra do Curral, em Belo Horizonte, com emissão de licenças fraudulentas e contratos vantajosos.
No centro da operação está o alagoano Alan Cavalcante do Nascimento, apontado como líder da quadrilha. Em depoimento, sua ex-mulher detalhou a atuação do grupo e a forma como o dinheiro ilícito era escondido. Segundo ela, Alan mantinha US$ 10 milhões em malas em um apartamento em Alagoas. “Ele guardou essas malas num apartamento, com um valor de R$ 10 milhões de dólares”, afirmou.
A denunciante também descreveu o comportamento do ex-marido: “Ele é um psicopata que está tratando tudo isso de caso pensado e ele acha que vocês (Polícia Federal) nunca vão pegar ele.” Ainda de acordo com seu relato, Alan chegou a comprar imóveis em prédios onde moravam juízas responsáveis por seus processos. “Ele já tinha comentado que tinha que ser no mesmo prédio da juíza”, contou.
A investigação aponta que Alan atuava ao lado de João Alberto Paixão Lages, ex-deputado estadual, e de Helder Adriano de Freitas, especialista em mineração. O grupo teria tentado influenciar autoridades, inclusive a então secretária de Meio Ambiente de Minas Gerais, Marília Carvalho de Melo. Ela relatou ter sido ameaçada por um sócio do esquema após negar facilidades: “Pelo contrário, a minha ação foi de garantir a legalidade nesse processo e, por isso, eu fui ameaçada.”
Documentos apreendidos indicam a presença de nomes de políticos e técnicos ligados ao setor de mineração, reforçando a suspeita de corrupção em várias instâncias do poder público. Enquanto o dinheiro circulava, comunidades vizinhas às áreas de exploração, como a de Botafogo, em Ouro Preto, sofriam com escassez de água e danos ambientais.
Alan chegou a ironizar os impactos da atividade ilegal em áudios obtidos pela polícia: “Pela quantidade de rejeito que a gente tem e que vai gerar ao longo dos anos, dá para colocar piso em Belo Horizonte toda.”
Após a operação da Polícia Federal, Alan, Helder e João Alberto foram transferidos para o presídio federal de segurança máxima em Campo Grande (MS), a primeira vez que suspeitos de crimes ambientais são enviados a uma unidade federal. A exploração na Serra de Botafogo foi interrompida, e especialistas alertam para a necessidade urgente de recuperação das áreas degradadas.
A Fleurs Global, empresa que processava o minério extraído e é apontada como núcleo financeiro do esquema, não se manifestou. A Agência Nacional de Mineração declarou estar colaborando com as investigações.
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