Senadora Dra. Eudócia preside audiência sobre o câncer: doença pode se tornar principal causa de morte no Brasil até 2030

Senadora Dra. Eudócia preside audiência sobre o câncer: doença pode se tornar principal causa de morte no Brasil até 2030
Senadora Dra. Eudócia Caldas preside a Subcomissão Temporária de Prevenção e Tratamento do Câncer - Foto: Carlos Moura/Agência Senado

Por Francês News


O câncer é uma ameaça crescente à saúde dos brasileiros. Com mais de 700 mil novos casos diagnosticados anualmente, a projeção é de que a doença se torne a principal causa de morte no país até 2030, superando as cardiovasculares. Este cenário alarmante foi discutido nesta terça-feira (23) em audiência da Subcomissão Temporária de Prevenção e Tratamento do Câncer do Senado, onde especialistas e parlamentares cobraram ações urgentes para garantir acesso igualitário ao diagnóstico precoce e a terapias avançadas no Sistema Único de Saúde (SUS).


A presidente da subcomissão, senadora Dra. Eudócia (PL-AL), destacou o abismo que separa os pacientes da rede privada daqueles que dependem do SUS. “Graças a terapias inovadoras, o câncer se tornou, na maioria dos casos, uma doença controlável. Para muitos, há cura, desde que o diagnóstico seja precoce. Mas essa não é a realidade que vemos no SUS”, afirmou. A parlamentar criticou a morosidade da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec), que leva em média 180 dias para decidir sobre a incorporação de tratamentos como a imunoterapia. “Nesse prazo, o paciente pode ter falecido ou desenvolvido metástases”, alertou.


Um dos maiores desafios, conforme admitido pelo coordenador-geral da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer do Ministério da Saúde, José Barreto Cavalheira, é o diagnóstico tardio. Dados do ministério revelam que entre 60% e 70% dos casos no Brasil são identificados em estágios avançados (3 e 4), o que reduz drasticamente as chances de cura. “Em países desenvolvidos, a situação é inversa. Cerca de 30% dos diagnósticos ocorrem nos estágios iniciais. Isso indica onde precisamos trabalhar mais”, comparou Cavalheira.


Ele citou avanços, como um crescimento de 19,5% nas cirurgias oncológicas, mas reconheceu a grave desigualdade regional. “Há pacientes que precisam andar mais de 20 horas para chegar a um aparelho de radioterapia. Isso é inaceitável. Estados como Amapá e Roraima, por exemplo, não têm nenhum aparelho, uma situação que estamos trabalhando para mudar”, explicou, referindo-se a ações previstas no programa Agora Tem Especialistas (MP 1.301/2025).


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