MPAL identifica superlotação de inquéritos, investigações paradas e condições precárias em delegacias de Maceió

MPAL identifica superlotação de inquéritos, investigações paradas e condições precárias em delegacias de Maceió
Acúmulo de inquéritos em papel em plena era digital chamou a atenção da promotora. - Foto: Ascom MPAL/Divulgação

Por Francês News


O Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL) realizou, na quarta (24) e quinta-feira (25), novas inspeções em unidades da Polícia Civil em Maceió. A ação, conduzida pela Promotoria de Controle Externo da Atividade Policial (62ª PJC), teve como objetivo verificar in loco as condições de trabalho e a estrutura das delegacias. As visitas ao 5º Distrito Policial (5º DP) e à Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos revelaram um cenário crítico de sobrecarga de servidores, investigações paralisadas e acúmulo de materiais apreendidos em condições inadequadas.


De acordo com a promotora titular Karla Padilha, a situação encontrada compromete diretamente a eficácia do trabalho policial. "Na prática, isso significa prescrição e impunidade", alertou. No 5º DP, embora a estrutura física tenha apresentado melhorias, como pintura e eliminação de cupins, a equipe permanece a mesma e insuficiente. Uma única escrivã, sobrecarregada, precisa se ausentar para cumprir plantões na Delegacia de Homicídios, enquanto a equipe de policiais se vê limitada a atendimentos básicos, sem condições de investigar ativamente. “É uma delegacia que não atua como deveria para atender à população da parte alta da cidade”, explicou a promotora.


Já na Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Veículos, que tem abrangência estadual, o problema central é a falta de espaço para armazenar a grande quantidade de veículos apreendidos, muitos deles em estado precário. A unidade, que no passado contava com mais de 30 servidores, opera atualmente com apenas 18 servidores e um delegado para uma demanda crescente de crimes. “Há muita dificuldade de atuar no interior, pois é apenas uma equipe por dia”, detalhou Karla Padilha.


Um problema recorrente identificado em mais de 20 delegacias inspecionadas até o momento é o acúmulo excessivo de inquéritos em papel. Este estoque físico gera focos de insetos e até animais peçonhentos, representando um risco à saúde e à integridade dos documentos. A promotora questiona a permanência desses arquivos físicos uma vez que o sistema digital de Procedimentos Policiais Eletrônicos (PPE) está implantado. “Vai chegar o momento em que não haverá mais espaço para nada”, advertiu. Em algumas unidades, drogas e armas também são armazenadas sem a destinação adequada, agravando o problema.


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