Por Redação

O empresário e ex-presidente do Centro Sportivo Alagoano (CSA), Rafael Tenório, afirmou que não pretende voltar ao comando do clube e alertou para a gravidade da crise financeira enfrentada pela equipe. A declaração foi dada em entrevista ao CM Cast, publicada nesta quinta-feira (9).

“O CSA não tem solução. Eu não volto mais pra lá”, afirmou Tenório, ao avaliar a atual situação do clube, rebaixado à Série D do Campeonato Brasileiro neste ano.

Durante a entrevista, Tenório apresentou dados sobre as finanças da gestão que comandou entre 2015 e 2022. Segundo ele, em 2022, o CSA gastou mais de R$ 72 milhões. “Quando assumimos, o CSA não tinha conta bancária há 17 anos, o CNPJ estava inativo e funcionários com 25 anos de casa nunca receberam férias, décimo terceiro nem FGTS corretamente. O clube era um completo desastre”, disse.

Ele destacou o crescimento do clube entre 2018 e 2019, com acesso à Série A e receita de R$ 63 milhões no último ano. Tenório afirmou que investiu pessoalmente R$ 9 milhões nos primeiros 31 meses de gestão, quitou passivos e aplicou recursos em infraestrutura, incluindo centro de treinamento, equipamentos e estrutura médica.

O ex-dirigente também mencionou a indenização de R$ 31,18 milhões obtida junto à Braskem, que ajudou a manter o equilíbrio financeiro em meio à pandemia. “Em 2020, tínhamos R$ 21 milhões em conta corrente e cotas a receber”, disse.

Segundo Tenório, o rebaixamento do CSA está ligado a decisões internas e gastos que superaram as receitas após sua saída. Ele afirmou ainda que fatores externos, como apostas e arbitragem, influenciam resultados no futebol brasileiro.

Ao final da entrevista, o ex-presidente reforçou sua posição: “Não adianta João, Pedro, Zé ou quem quer que seja. Se não houver dinheiro, o clube não vai a lugar nenhum. A tendência, se não houver cuidado, é caminhar para problemas sérios, podendo chegar até à falência.”