UFAL confirma investigação sobre possíveis fraudes em cotas de baixa renda no curso de Medicina

UFAL confirma investigação sobre possíveis fraudes em cotas de baixa renda no curso de Medicina
Foto: Reprodução

Por Vinícius Rocha/Francês News


A Universidade Federal de Alagoas (Ufal) confirmou que está promovendo as apurações necessárias sobre denúncias de possíveis fraudes no sistema de cotas por renda no curso de Medicina, em Maceió. O caso, revelado pela Francês News na última semana, envolve candidatos que teriam se matriculado em vagas destinadas a pessoas de baixa renda, mesmo sendo servidores concursados em Pernambuco, com salários bem acima do limite previsto pelas regras da política afirmativa.


Em nota divulgada nesta terça-feira (7), a Ufal informou que as investigações estão sendo conduzidas em conjunto com o Ministério Público Federal (MPF). A instituição reforçou que a comprovação de baixa renda leva em conta os registros do CadÚnico do Governo Federal e “outros meios de prova previstos nos editais”.


Apesar da confirmação da apuração, a universidade não detalhou quais etapas estão sendo realizadas, nem o prazo para conclusão do processo administrativo. Também não especificou quais seriam os “outros meios de prova” aceitos além do CadÚnico para verificar a condição socioeconômica dos candidatos.


O caso foi formalmente protocolado no MPF sob o nº 20250065150/2025 – autuação 1.11.000.001270/2025-65 e também registrado no sistema Fala BR, da Ouvidoria-Geral da União, sob o nº 23546.097431/2025-85.


As denúncias apontam que ao menos dois candidatos, uma servidora pública estadual, com remuneração de cerca de R$ 5,5 mil, e um policial civil, com salário de aproximadamente R$ 11 mil, teriam ingressado na graduação como cotistas de baixa renda.


O Ministério Público Federal acompanha o caso, mas ainda não se manifestou oficialmente sobre as medidas que poderão ser adotadas. Enquanto isso, estudantes que aguardam na lista de espera da Ufal relatam preocupação com a falta de transparência e de prazos definidos, já que o semestre letivo teve início na última-segunda-feira (6).


A Ufal reiterou, ao final da nota, seu “compromisso com a lisura e a transparência dos processos seletivos, visando garantir o efetivo cumprimento das políticas de ação afirmativa previstas em lei”.