Cláudio Castro diz a Moraes que megaoperação com 121 mortos no Rio seguiu regras e teve uso ‘proporcional’ da força

Cláudio Castro diz a Moraes que megaoperação com 121 mortos no Rio seguiu regras e teve uso ‘proporcional’ da força
Governador do RJ, Cláudio Castro (PL) - Foto: Divulgação

Por Francês News


O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), afirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que a megaoperação policial que deixou 121 mortos nos complexos da Penha e do Alemão respeitou as regras da Corte e utilizou força “proporcional” diante da atuação de uma facção “altamente armada e estruturada”.


O documento foi entregue nesta segunda-feira (3) ao ministro Alexandre de Moraes, relator da ADPF 635, conhecida como ADPF das Favelas, que estabelece diretrizes para operações policiais em comunidades do Rio. Castro se reuniu com Moraes no Rio de Janeiro para apresentar esclarecimentos sobre a ação.


Segundo o governo fluminense, a operação — considerada a mais letal da história do estado — foi resultado de um ano de investigações e 60 dias de planejamento tático, mobilizando cerca de 2.500 agentes, entre policiais civis e militares.


“Uso proporcional da força”, diz governo


No relatório, o Estado sustenta que a operação seguiu os princípios da legalidade, necessidade e proporcionalidade, e que os confrontos se concentraram em áreas de mata para reduzir riscos à população civil.


Ainda de acordo com o texto, não houve registro de mortes de pessoas alheias à organização criminosa, e os agentes utilizaram câmeras corporais, sob acompanhamento das corregedorias e do Ministério Público.


O principal alvo da ação seria o núcleo do Comando Vermelho no Complexo da Penha, liderado por Edgar Alves de Andrade, conhecido como Doca ou Urso. O grupo, segundo o governo, possuía armamento de guerra, bloqueios, drones com explosivos e estruturas de defesa em áreas de mata.


Dificuldades na preservação das cenas de crime


O governo reconheceu dificuldades para preservar as cenas de crime em meio aos confrontos. Segundo o relatório, moradores retiraram corpos e os levaram ao Hospital Getúlio Vargas e à Praça da Penha antes da chegada da perícia.


Apesar disso, o Estado afirmou que todos os corpos foram periciados, com acompanhamento do Ministério Público, e que foi aberto um inquérito para apurar possível fraude processual relacionada à remoção de vítimas.