Por Redação

Cantores e bandas alagoanas manifestaram indignação após ficarem de fora da programação do Festival da Natureza, que será realizado em Murici entre os dias 5 e 7 de dezembro. O evento contará apenas com atrações de outros estados, o que gerou forte reação de artistas e produtores locais.

Entre as atrações confirmadas estão Wesley Safadão, Xand Avião, Pablo, Belo, Henry Freitas, Maneva e Rey Vaqueiro. Nenhum artista alagoano foi incluído na grade do festival, organizado pela prefeitura do município.

Um empresário com 30 anos de atuação no ramo musical criticou duramente a exclusão de artistas locais. “Mais uma vez um grande evento é feito sem espaço para quem é da terra. Os próprios gestores continuam desvalorizando os artistas do seu Estado”, afirmou.

Ele lembrou que a situação vem se repetindo em outros municípios, como Santana do Ipanema e Mar Vermelho, e reforçou o impacto econômico da ausência de artistas locais. “Quando uma banda alagoana toca aqui, o dinheiro fica no Estado e movimenta a economia local. Já os de fora levam tudo”, disse.

De acordo com o empresário, cada banda gera cerca de 20 empregos diretos, entre músicos, técnicos e produtores. “É uma cadeia inteira que depende dessas oportunidades”, destacou.

Os profissionais do setor defendem a criação de uma lei estadual que determine uma cota mínima de 50% de artistas alagoanos em eventos custeados com recursos públicos. A medida, segundo eles, seria essencial para valorizar e fortalecer a cultura local.

“Esperamos que os políticos percebam que cultura também é economia e que nossos artistas merecem respeito. Eles vivem aqui, votam aqui e ajudam a construir a identidade de Alagoas”, concluiu o empresário.

A Prefeitura de Murici ainda não se pronunciou sobre as críticas nem sobre os critérios utilizados para definir as atrações do festival.