Silêncio dos Calheiros marca reação ao acordo do Estado com a Braskem

Silêncio dos Calheiros marca reação ao acordo do Estado com a Braskem
Foto: Reprodução

Por Redação


O acordo firmado pelo governo de Alagoas com a Braskem, que prevê o pagamento de R$ 1,2 bilhão ao Estado ao longo de dez anos, provocou repercussão política e expôs contradições nas posições públicas de lideranças locais. As críticas foram levantadas pelo jornalista Ricardo Mota, do portal Cada Minuto.


A expectativa inicial era de que o Estado buscasse, no mínimo, R$ 20 bilhões em reparação pelos danos relacionados ao afundamento de bairros em Maceió. O valor final, bem abaixo do estimado, chamou atenção pela ausência de críticas dos senadores Renan Calheiros e Renan Filho, que mantiveram silêncio diante da negociação conduzida pelo procurador-geral Vitor Pereira em nome do governador Paulo Dantas.


O contraste é evidente em relação à postura adotada pelos dois parlamentares no acordo firmado anteriormente entre a Braskem e a Prefeitura de Maceió, que resultou em R$ 1,7 bilhão aos cofres municipais. Na ocasião, Renan Calheiros chegou a afirmar que o prefeito JHC teria “propensão a desviar recursos da saúde” no episódio da compra do Hospital Municipal, o que levou o gestor a recorrer à Justiça.


Renan Filho também criticou o termo firmado pela prefeitura, afirmando que a “quitação plena” concedida à Braskem prejudicaria futuras cobranças — mesma cláusula adotada no acordo fechado pelo Estado.


Segundo Ricardo Mota, o silêncio atual reflete a dependência eleitoral dos Calheiros em relação ao grupo político de Dantas, o que explicaria a falta de posicionamento público. Para o jornalista, a diferença de postura evidencia como as avaliações políticas variam conforme o contexto e os interesses envolvidos.


Mota ainda mencionou o desejo de ouvir a opinião do ex-secretário da Fazenda George Santoro sobre o acordo, destacando que o tema continua a gerar questionamentos sobre transparência, coerência e impacto financeiro para o Estado.