Um dia antes da operação da PF, Dantas e secretário afastado lançavam programa de saúde em evento
16/12/2025 19:49:08
Por Francês News
Um contraste brutal marcou a gestão da saúde em Alagoas nesta semana. Na tarde de segunda-feira (15), o governador Paulo Dantas (MDB) e o secretário de Saúde Gustavo Pontes participaram de uma solenidade no Palácio República dos Palmares para lançar o programa "Saúde Até Você Digital", coordenado pela primeira-dama Júlia Britto do Amaral Dantas.
Apenas horas depois, na madrugada de terça (16), a Polícia Federal deflagrou a Operação Estágio IV, que expôs um suposto esquema de desvio de R$ 100 milhões da Sesau. O secretário Gustavo Pontes foi afastado por 180 dias por ordem judicial (não por iniciativa do governador, como tentou passar a nota oficial) e é investigado pela PF.
O lançamento do programa ocorreu em um contexto de denúncias de atrasos a fornecedores, hospitais em greve e falta de insumos no estado. O "Saúde Até Você Digital" prometia universalizar serviços via tecnologia.
A investigação ganhou um capítulo sensível com a descoberta de que uma pousada de R$ 5,7 milhões em Porto de Pedras, suspeita de ser usada para lavar dinheiro do esquema, está no nome de Gustavo Pontes de Miranda Oliveira Filho, filho do secretário afastado.
Em uma coincidência temporal, o governador Paulo Dantas nomeou Gustavo Filho para o cargo de superintendente de Pesca da Secretaria de Agricultura (Seagri) no dia 5 de novembro, pouco mais de um mês antes da operação.
Resumo da Operação Estágio IV
A PF investiga:
- Desvio de quase R$ 100 milhões em contratos emergenciais da Sesau (2023-2025).
- Superfaturamento de R$ 18 milhões em ressarcimentos do SUS por procedimentos não realizados.
- Lavagem de dinheiro via compra de imóveis de luxo, viagens internacionais e despesas pessoais.
- Foram cumpridos 38 mandados, com apreensão de dinheiro, moeda estrangeira e armas.
O contraste entre o evento oficial de lançamento de um programa e a megaoperação que abalou a secretaria no dia seguinte expõe a dualidade dramática na saúde alagoana: a promessa pública de universalização e a realidade de um suposto esquema milionário de corrupção que desviou recursos destinados à população.
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