Ansiedade: cientistas descobrem ligação biológica com a gordura corporal

Ansiedade: cientistas descobrem ligação biológica com a gordura corporal
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Redação com CNN Brasil


Geralmente, as pessoas imaginam a relação entre ansiedade e obesidade de uma forma simplista, acreditando que pessoas ansiosas comem "para acalmar as emoções", ou, de forma inversa, que pessoas obesas ficam ansiosas devido à pressão social e o estigma de não conseguir controlar a alimentação.


Agora, um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade McMaster, no Canadá, identificou um link real, fisiológico, entre a gordura corporal (tecido adiposo) e a ansiedade. A descoberta transforma nossa compreensão da relação entre metabolismo e saúde mental.


Publicado recentemente na revista Nature Metabolism, o estudo afirma que "o estresse psicológico altera tanto o comportamento quanto o metabolismo para proteger os organismos".


Segundo os autores, quando experimentamos estresse psicológico, nosso corpo ativa o mecanismo de "luta ou fuga". Esse alerta de estresse desencadeia a "lipólise", um processo de quebra das gorduras armazenadas na corrente sanguínea em ácidos graxos e glicerol (para uso como fonte de energia).


Quando são liberadas, essas gorduras ativam células do sistema imunológico que passam a liberar uma proteína com função hormonal chamada GDF15. Essa substância viaja pela corrente sanguínea até o cérebro, onde se liga a um receptor (GFRAL). Essa interação ativa circuitos neurais associados à ansiedade.