Bate-boca entre relator e senadora interrompe sessão da CPMI do INSS: “Ah, tigrão pra cima de mim agora é?”

Bate-boca entre relator e senadora interrompe sessão da CPMI do INSS: “Ah, tigrão pra cima de mim agora é?”
Foto: Reprodução

Por Redação


A CPMI do INSS foi palco de um tenso bate-boca entre a senadora Eliziane Gama (PSD-MA) e o relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), durante a oitiva do advogado Nelson Wilians nesta quinta-feira (18). A discussão, que levou o presidente Carlos Viana (Podemos-MG) a intervir e determinar a retirada das falas das notas taquigráficas, começou com uma cobrança pública da senadora por tratamento igualitário às mulheres na comissão.


– Eles têm que ser tratados de forma igualitária – afirmou Eliziane, referindo-se ao tratamento dado pelo relator a deputadas e senadoras.


Gaspar rebateu veementemente, negando ter tratado mal qualquer pessoa e afirmando que a CPI "não é um circo". O clima se acirrou quando o deputado fez uma menção à possível convocação da irmã da senadora, Elisvane Pereira Gama, que ocupa o cargo de superintendente federal de Pesca e Aquicultura no Maranhão.


– Ah, tigrão pra cima de mim agora é? Me respeite o senhor, deputado. Você pensa que está falando com quem? – reagiu Eliziane, visibly irritada. – Olha como o relator é: quando é pra falar com uma deputada é desse jeito, mas quando é pra falar com homem é de uma educação.


– A senhora está preocupada com a sua irmã ser convocada. A senhora não se preocupe – retrucou Gaspar, em tom interpretado por aliados da senadora como ameaçador.


Presidente intervém e manda retirar falas


Diante do acirramento, o senador Carlos Viana interveio para acalmar os ânimos. Afirmando que "não houve qualquer tipo de ameaça", Viana determinou que as falas de ambos seriam retiradas do registro oficial da comissão, em um gesto para evitar a escalada do conflito.


Eliziane, no entanto, manteve sua posição e saiu em defesa da irmã, afirmando que não "paira sobre ela a mínima investigação ou suspeição" e que a menção do relator foi uma "ilação leviana". Gaspar, por sua vez, classificou as acusações como uma "narrativa mentirosa" e afirmou que seu único interesse é "pegar os grandes ladrões dos aposentados".