Por Redação com agências

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deixará a custódia da Polícia Federal nesta quarta-feira (24) para ser internado no Hospital DF Star, em Brasília, onde passará por exames preparatórios antes de mais um procedimento cirúrgico. A operação está marcada para quinta-feira (25), dia de Natal, e será destinada à correção de hérnias inguinais bilaterais.

Esta será a oitava cirurgia enfrentada por Bolsonaro desde o atentado sofrido durante a campanha eleitoral de 2018, em Juiz de Fora (MG), episódio que desencadeou uma série de complicações médicas ao longo dos últimos anos. A intervenção foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, após solicitação da defesa.

Por decisão judicial, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro poderá acompanhar o ex-presidente durante o período de internação. Em razão do quadro de saúde, Bolsonaro também cancelou compromissos previstos, incluindo uma entrevista que concederia nesta terça-feira (23), justificando a decisão em mensagem manuscrita.

Desde o ataque, Bolsonaro acumulou internações recorrentes e procedimentos cirúrgicos, principalmente relacionados ao sistema digestivo e à parede abdominal. Além das cirurgias, houve episódios de internação por obstruções intestinais, dores abdominais e complicações decorrentes das intervenções anteriores.

O atendimento médico mais recente ocorreu em setembro deste ano, quando o ex-presidente foi submetido à retirada de lesões na pele, duas das quais apresentaram diagnóstico de carcinoma, conforme laudo médico. A ida ao hospital, à época, também foi autorizada pelo STF.

Bolsonaro está preso desde 22 de novembro, após descumprir medidas cautelares impostas pela Justiça. Dias depois, passou a cumprir pena de 27 anos e três meses de reclusão no processo relacionado à tentativa de ruptura institucional. Após a cirurgia e a recuperação hospitalar, ele deverá retornar imediatamente à custódia da Polícia Federal.

A liberação para o procedimento contou com parecer favorável da Procuradoria-Geral da República. Peritos da PF apontaram que, embora a cirurgia não tenha caráter emergencial, a realização em curto prazo é recomendada para evitar agravamento do quadro clínico.