Braskem vai preencher todas as minas de sal-gema pressurizadas em Maceió por recomendação de instituto alemão

Braskem vai preencher todas as minas de sal-gema pressurizadas em Maceió por recomendação de instituto alemão
Foto: reprodução

Por redação


A petroquímica Braskem vai preencher com material sólido as dez minas de sal-gema ainda pressurizadas localizadas em Maceió. A decisão segue recomendação técnica do instituto alemão Institut für Gebirgsmechanik (IFG), emitida em relatório datado de 23 de julho. O objetivo do procedimento é estabilizar fisicamente as cavidades e reduzir, de forma progressiva, o afundamento do solo na região.


Segundo o geólogo Abel Galindo, que foi o primeiro a denunciar os riscos da mineração em área urbana na capital alagoana, a medida pode permitir que as áreas afetadas sejam novamente habitadas em até uma década. “Se no final estiverem estáveis, então a área no entorno pode ser habitada”, afirmou.


Atualmente, segundo a Agência Nacional de Mineração (ANM), das 35 cavidades abertas, 14 já foram preenchidas, sendo 8 com areia e 6 por autopreenchimento. Outras dez seguem pressurizadas. Seis minas estão em fase de enchimento, e cinco em preparação para esse processo.


Apesar de afirmar que, no estágio atual, as cavernas não oferecem risco iminente de colapso, o instituto alemão alerta que a migração ascendente das cavidades não pode ser descartada a longo prazo, o que justificaria o preenchimento imediato como medida preventiva. “O backfilling [preenchimento] é eficaz para eliminar riscos futuros de sinkholes”, destaca o relatório.


A Braskem informou que trabalha na definição do cronograma de execução, que será apresentado à ANM ainda no segundo semestre. A agência, por sua vez, afirmou que acompanha a operação por meio do Grupo de Trabalho GT-SAL e que os dados técnicos enviados pela empresa são acompanhados por ARTs emitidas pelo CREA.


A nota técnica do IFG também orienta a continuidade dos levantamentos por sonar, especialmente nas cavernas M28 e M31 — esta última localizada na encosta do Mutange e considerada uma das maiores da região. Caso haja indícios de movimentação, os prazos para novas sondagens devem ser antecipados.


Sobre o uso futuro das áreas desocupadas, a Braskem reforçou que o acordo firmado com o Ministério Público Federal e o Ministério Público do Estado de Alagoas proíbe qualquer edificação com fins comerciais ou habitacionais, deixando a definição do destino da região a cargo dos órgãos públicos.