Cuca: entenda mais sobre o caso do estupro de jovem, em 1987

Cuca: entenda mais sobre o caso do estupro de jovem, em 1987
Foto: reprodução.

Assim que o técnico Cuca foi anunciado como novo treinador do Corinthians, o caso de estupro que aconteceu em Berna, em 1987, voltou a ser assunto na mídia.


Na época Cuca foi acusado e condenado junto com outros três jogadores do Grêmio por envolvimento no abuso de uma adolescente. Ele chegou a ficar preso por um mês e ser condenado a 15 meses de prisão, além de pagamento de multa.


A pressão sobre o treinador foi tão grande desde que chegou no clube paulista, que na noite de quarta-feira (26), após comandar o Timão por dois jogos, Cuca pediu demissão. Após o anúncio, o meia Roger Guedes, na zona mista, saiu em defesa do técnico.


“O jeito que atacaram o Cuca foi desumano. Isso nenhum ser humano merece, ainda mais sem ter prova alguma. Eu não sei nem como é que está, mas acredito nele e espero que ele possa provar para quem o atacou que ele é inocente”, disse Roger Guedes, sem levar em consideração a condenação recebida por Cuca na Justiça da Suíça.


Vítima sofre até hoje


O advogado Willi Egloff, que representou a vítima de estupro na Suíça em episódio envolvendo o técnico Cuca, em 1987, disse que a vítima sofre até hoje com as consequências do crime.


De acordo com depoimentos das testemunhas – houve uma reconstituição do crime e que, desde o ocorrido (36 anos atrás), a vítima dos jogadores do Grêmio (Cuca entre eles) sofre com transtornos mentais graves, além de já ter tentado suicídio.


O que Cuca disse à época


“A tal menina, a Sandra Pfaffli era do tamanho de um armário e não tinha carinha de menina, não. Ela subiu para fazer sexo com um de nós no apartamento. O nome, reservo-me o direto de omiti-lo. Estavam em pleno ato quando apareceu o pai dela e armou todo aquele escândalo. A partir daí, foram dias e noites infinitas”, disse o técnico.


“Estava há cinco dias no Grêmio e com um contrato de cinco meses a cumprir. Pensei que estivesse tudo acabado para mim, embora tivesse consciência tranquila. Quando soube da repercussão do caso na imprensa brasileira, aí mesmo é que me desesperei”, declarou.


Condenação


Dois anos depois, Cuca, Eduardo Hamester e Henrique Etges foram condenados à revelia a 15 meses de prisão por atentado ao pudor com uso de violência. Fernando Castoldi foi absolvido da acusação de atentado ao pudor e condenado por estar envolvido no ato de violência. Como o Brasil não extradita seus cidadãos, eles não chegaram a cumprir a pena.


Cuca se defende, dizendo que não foi julgado e culpado. “Fui julgado à revelia, não estava mais no Grêmio quando houve esse julgamento com os outros rapazes. É uma coisa que eu tenho uma lembrança muito vaga, até porque não houve nada. Não houve estupro como falam, como dizem as coisas. Houve uma condenação por ter uma menor adentrado o quarto. Simplesmente isso. Não houve abuso sexual, (não houve) tentativa de abuso ou coisa assim”, reiterou o treinador.


Manifestações no Corinthians


Horas antes da apresentação de Cuca, corintianos expressaram por meio de pichações o descontentamento com a escolha da diretoria pelo técnico ex-técnico de Atlético-MG, Palmeiras, Santos e São Paulo. “Fora Cuca” e “diretoria incompetente” são algumas das frases estampadas nos muros do Parque São Jorge.


As jogadoras do time feminino do Corinthians também se manifestaram contra o técnico. Elas se uniram e se manifestaram contra a contratação do treinador para o time principal.


“Estar em um clube democrático significa que podemos usar a nossa voz, por vezes de forma pública, por vezes nos bastidores. “Respeita as Minas” não é uma frase qualquer. É, acima de tudo, um estado de espírito e um compromisso compartilhado. Ser Corinthians significa viver e lutar por direitos todos os dias”, diz a mensagem compartilhada pelas atleta, no último domingo (23)