Operação mira Bia Miranda, Buarque e mais 13 por jogos ilegais; esquema movimentou R$ 4 bilhões

Operação mira Bia Miranda, Buarque e mais 13 por jogos ilegais; esquema movimentou R$ 4 bilhões
Uma das casas onde agentes cumprem mandado de busca e apreensão — Foto: Reprodução

Por Redação com o Globo


A Polícia Civil do Rio de Janeiro deflagrou nesta quinta-feira (7) a Operação Desfortuna, que tem como alvo 15 influenciadores digitais suspeitos de promover jogos de azar online. Entre os investigados estão Anna Beatriz Ferracini Ribeiro, conhecida como Bia Miranda, e Rafael da Rocha Buarque. A ação cumpre 31 mandados de busca e apreensão nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.


De acordo com as investigações, os influenciadores utilizaram suas redes sociais para divulgar plataformas de jogos como o "Tigrinho", oferecendo promessas de lucro rápido e fácil. A prática, segundo a Polícia Civil, configura promoção de jogos ilegais, lavagem de dinheiro e possível envolvimento com organização criminosa.


Durante cumprimento de mandado em São Paulo, o influenciador Mauricio Martins Junior, conhecido como Mau Mau, foi preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo. Uma pistola foi apreendida em sua residência e encaminhada para perícia.


Segundo o delegado Renan Mello, da Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD), os investigados ostentavam um padrão de vida elevado, incompatível com os rendimentos declarados. Relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificaram movimentações bancárias suspeitas que, somadas, ultrapassam R$ 4 bilhões.


“Eles estavam usando as redes para divulgar cassinos online. Não estamos falando de casas de apostas regulares, e sim de plataformas com promessas de ganho muito elevado e chances de mudança de vida”, afirmou Mello. Segundo ele, os influenciadores lucravam com a perda dos apostadores e com a publicidade das plataformas.


A estrutura identificada nas investigações indicaria uma divisão de tarefas entre divulgadores, operadores financeiros e empresas de fachada, utilizadas para dissimular a origem dos valores.


A operação foi realizada com apoio do Gabinete de Recuperação de Ativos (GRA) e do Laboratório de Tecnologia contra Lavagem de Dinheiro (Lab-LD) da Polícia Civil.


Em Minas Gerais, além do cumprimento de mandados contra uma influenciadora e um aliciador de criadores de conteúdo, veículos de luxo foram apreendidos. A polícia informou que o grupo acreditava que, por atuar fora do Rio de Janeiro, não seria alcançado pelas investigações.


Alvos da Operação Desfortuna


Nayara Silva Mendes


Sun Chunyang


Tailon Artiaga Ferreira Silva


Tailane Garcia dos Santos Laurindo


Paola de Ataíde Rodrigues


Paulina de Ataíde Rodrigues


Micael dos Santos Moraes


Samuel Sant’Anna da Costa


Mauricio Martins Junior


Jenifer Ferracini Vaz


Rafael da Rocha Buarque


Vanessa Vatusa Ferreira da Silva


Ana Luiza Ferreira do Desterro Simen Poeis


Anna Beatriz Ferracini Ribeiro


Lorrany Rafael Dias