Por Redação

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou medidas cautelares contra o pastor Silas Malafaia, incluindo a proibição de sair do país e a apreensão de seu passaporte. A decisão foi cumprida pela Polícia Federal (PF) na noite desta quarta-feira (20), no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. O celular de Malafaia também foi recolhido.

De acordo com a investigação, Malafaia orientou Jair Bolsonaro a estimular manifestações de rua, pressionar o Supremo e produzir vídeos para circulação em redes sociais, mesmo após decisão judicial que restringia o uso dessas plataformas. Em mensagens, o pastor sugeriu que os materiais fossem traduzidos por inteligência artificial e enviados ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por meio do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

A PF afirma que as conversas mostram tentativa de coação a ministros do STF e parlamentares com o objetivo de obter anistia. Em outra troca de mensagens, Malafaia relatou ter enviado um áudio em que criticava Eduardo Bolsonaro após divergências sobre posicionamento em relação a medidas econômicas anunciadas pelos EUA.

O relatório da PF também inclui áudios de Jair Bolsonaro em que ele menciona manter conversas com ministros do STF. Em diálogo de 27 de junho, o ex-presidente disse ao filho Eduardo: "Esqueça qualquer crítica ao Gilmar", em referência ao ministro Gilmar Mendes. Segundo os investigadores, Bolsonaro afirmou que "tem conversado com alguns do STF" sobre possíveis sanções internacionais.

Na mesma apuração, a PF encontrou em um computador apreendido na residência de Bolsonaro um rascunho de pedido de asilo político na Argentina. O documento, editado em fevereiro de 2024, foi endereçado ao presidente Javier Milei e descreve o ex-chefe do Executivo como "perseguido por motivos políticos".