MP investiga Hospital Carvalho Beltrão por suspeita de irregularidades no agendamento de cirurgias do SUS

MP investiga Hospital Carvalho Beltrão por suspeita de irregularidades no agendamento de cirurgias do SUS
Promotoria requisita documentação sobre caso específico de paciente e pede auditoria federal no sistema da unidade de saúde; ofícios anteriores não foram respondidos

Por Francês News


O Ministério Público de Alagoas iniciou uma investigação contra o Hospital Carvalho Beltrão, localizado em Coruripe (AL) para apurar possíveis irregularidades no sistema de agendamento de cirurgias pelo SUS.


A ação foi deflagrada pela Promotoria de Justiça de Coruripe após denúncias sobre a falta de transparência nos agendamentos e um caso específico de adiamento cirúrgico de uma paciente.


Na portaria assinada pelo promotor Mauricio Mannarino Teixeira Lopes nesta segunda-feira (24), o MP determinou a requisição de toda documentação médica referente ao procedimento cirúrgico da paciente, informações sobre o programa utilizado pelo hospital para agendamentos e se permite auditoria e identificação dos responsáveis pelos lançamentos, além de um pedido de auditoria do Ministério da Saúde no sistema de agendamento e nos procedimentos cirúrgicos realizados em 2025.


A investigação avança após a falta de resposta a ofícios anteriores enviados à Secretaria de Saúde do Estado de Alagoas e ao Núcleo de Saúde do MPAL.


A ação do MP foi motivada por "relatos e denúncias costumeiras sobre a falta de transparência no agendamento de cirurgias" no hospital, que é a unidade de saúde mais utilizada por cirurgias no Governo de Alagoas. O caso da paciente alvo de denúncia, que teve seu procedimento cirúrgico adiado, serviu como elemento concreto para o aprofundamento das investigações.


A promotoria busca verificar a existência de possíveis irregularidades no sistema de agendamento que possam estar prejudicando o acesso da população aos procedimentos cirúrgicos pelo SUS no estado. A investigação pode revelar falhas no gerenciamento das filas cirúrgicas e na transparência do processo de agendamento.


Outras denúncias


Ainda em outubro deste ano, o Ministério Público Federal de Alagoas (MPF/AL) determinou uma série de medidas para investigar as recentes mudanças no funcionamento da rede de assistência oncológica no estado, que também envolve o Hospital Carvalho Beltrão, em Coruripe.


A procuradoria estabeleceu prazo de 15 dias para que a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), o Ministério da Saúde e o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems/AL) prestassem esclarecimentos detalhados sobre a reorganização do setor.


A procuradora da República Roberta Bomfim requisitou informações específicas sobre a atualização do Plano Estadual de Oncologia e a continuidade do Plano Emergencial, a situação dos hospitais Metropolitano de Alagoas e Carvalho Beltrão na rede estadual, os fluxos de regulação de pacientes para essas unidades e o atendimento de alagoanos no Hospital do Amor, em Sergipe.


A investigação foi motivada por reunião conjunta do MPF com o Ministério Público Estadual e a Defensoria Pública da União, onde foi constatada a inclusão de novas unidades hospitalares na rede oncológica sem a devida pactuação entre todos os entes responsáveis.


De acordo com o MPF, "a falta de discussão conjunta pode provocar desequilíbrios na oferta de tratamento e comprometer o acesso da população aos serviços especializados em oncologia". As diligências buscam garantir transparência e planejamento no atendimento aos pacientes com câncer no estado.


A procuradoria também solicitou ao Ministério da Saúde a relação completa das habilitações oncológicas vigentes em Alagoas e todos os procedimentos de novas habilitações desde janeiro de 2023, ampliando o escopo da apuração sobre a reorganização dos serviços de saúde no estado.