Operação da PF revela rota internacional e método pouco comum do tráfico

Operação da PF revela rota internacional e método pouco comum do tráfico
Foto: Reprodução

Por Redação com assessoria


A Polícia Federal deflagrou, nesta terça-feira (16), a Operação Bad Trip para desarticular um esquema de tráfico internacional de cocaína com atuação no Nordeste. A ação ocorreu em Alagoas, Pernambuco e Rio Grande do Norte, com cumprimento de mandados de busca e apreensão, prisões temporárias e imposição de medidas cautelares autorizadas pela Justiça Federal.


As apurações indicam que o grupo utilizava aeroportos brasileiros como ponto de passagem para o envio de cocaína à Europa. A droga era transportada em garrafas de rum procedentes da Bolívia, com o entorpecente incorporado ao líquido, estratégia voltada a dificultar a detecção em inspeções de rotina.


A investigação é conduzida pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes da PF e aponta que uma das estruturas centrais da organização funcionava em Arapiraca, no Agreste alagoano. O local servia como base logística para recrutamento e preparação dos transportadores.


O caso teve início após prisões em flagrante realizadas em aeroportos brasileiros. Passageiros foram abordados durante fiscalizações e encontrados com garrafas adulteradas, o que levou à identificação de um padrão recorrente e à ampliação das diligências.


Segundo a Polícia Federal, jovens eram aliciados para atuar como transportadores no trajeto Bolívia–Brasil–Europa. Eles recebiam orientações detalhadas sobre comportamento em viagens internacionais, além de versões pré-definidas para justificar deslocamentos e bagagens.


As investigações também apontaram movimentações financeiras consideradas incompatíveis com a renda declarada pelos envolvidos. Esses dados reforçaram a suspeita de práticas de lavagem de dinheiro associadas ao esquema, que seguem sob apuração.


A PF identificou ainda o uso de ameaças como instrumento para manter o controle interno da organização. A intimidação teria sido empregada para evitar vazamentos de informações e dificultar a colaboração de integrantes com as autoridades.


Os investigados poderão responder por tráfico internacional de drogas, organização criminosa e outros crimes relacionados, a depender do avanço das apurações e da análise do material apreendido durante a operação.